Ex-Alpargatas, Beto Funari Entra de Cabeça no Bilionário Mercado Pet com a Primeira ‘Venture Builder’ do Setor
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Os animais de estimação sempre estiveram presentes na vida dos seres humanos ao longo dos séculos, mas não da forma como acontece nos dias atuais. O papel dos pets vem mudando — e a indústria para cuidar deles também.
Em uma tendência que ganha cada vez mais força, cães e gatos agora são membros da família e, em muitos casos, até mesmo substituem os filhos que muitos casais escolhem não ter. Com um papel cada vez mais presente dentro do núcleo familiar, os cuidados passam a ir muito além da comida no pote e de um lugar quentinho para dormir.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), o Brasil tem o 3º maior mercado pet do mundo e a 3ª maior população de animais de estimação. Em 2024, o faturamento do setor foi de R$ 75,4 bilhões — e esse pode ser apenas o começo.
Operações como a fusão entre a Petz e a Cobasi parecem ser só o início de um extenso processo de consolidação do setor. O potencial econômico que nasce dessa mudança de comportamento não passou despercebido por Roberto Funari, ex-CEO da Alpargatas e empresário especialista na indústria de consumo.
“Depois que saí da Alpargatas, comecei a estudar quais mercados são grandes no Brasil, mas ainda não são desenvolvidos. O mercado pet não tem o nível de maturidade e de sofisticação que você enxerga nos Estados Unidos, na própria Europa e em alguns países da Ásia”, aponta Funari, em entrevista à Forbes Brasil. “É um mercado fascinante e muito grande em termos de população.”
De olho nos novos modelos de família e na busca pela longevidade dos pets, assim como acontece com os próprios humanos, o empresário decidiu entrar de cabeça no setor com o lançamento da primeira venture builder pet do país — a Viepet. O objetivo é construir novos negócios ou escalar marcas capazes de trazer inovações e propostas dentro do segmento.
Depois de quase um ano de desenvolvimento e cerca de R$ 8 milhões em investimentos, a companhia está pronta para lançar sua primeira marca no mercado — a Wigow, especializada em vitaminas e suplementos para pets. Para o lançamento, neste mês, a empresa está investindo pesado no marketing de influência e na parceria com varejistas como a Petz para já nascer sob um nome forte e com grande apelo afetivo.
“Nós não somos somente acesso a capital, somos principalmente acesso a conhecimento, experiência, transferência de capacidades e capacidade de acelerar o desenvolvimento de marcas e negócios”, explica o empresário. “Com isso, temos dois focos principais: o primeiro é o que estamos tornando visível com a Wigow: a gente constrói e escala. O segundo é o modelo em que avaliamos startups e, em alguns casos, até negócios médios, onde podemos realmente contribuir e agregar valor.”
Confira os principais trechos da conversa entre o empresário Roberto Funari e a Forbes Brasil.
Forbes: Desde quando a Viepet está em desenvolvimento de novos negócios? Agora o foco é o lançamento da Wigow, mas quais são os planos no futuro?
Beto Funari: O embrião dela já tem quase dois anos, nasceu em agosto de 2023. Foi quando começamos a estudar as primeiras oportunidades dentro do mercado de pets, que é um mercado de apaixonados. Neste momento, estamos fazendo um forte trabalho de avaliação de diferentes startups. Semanalmente, conversamos com duas ou três. Esse é um trabalho contínuo. Ao mesmo tempo, estamos trabalhando em teses similares à Wigow, que podemos fazer crescer dentro de casa.
Estamos olhando duas grandes frentes: saúde e bem-estar, e soluções para problemas do dia a dia do pet. Tudo com ingredientes diferenciados. Temos uma rede de advisors e pessoas que fazem monitoramento constante do que está acontecendo lá fora e que trazem ideias, conceitos e marcas para avaliarmos.
Você falou sobre conversar com duas ou três startups por semana. Isso demonstra que a inovação de fato está acontecendo no setor. Como você avalia esse cenário?
Todos estão de olho mais ou menos nas mesmas coisas: o tamanho do mercado e a tendência de humanização. O Brasil é um país com muita criatividade no empreendedorismo. Temos muitas ideias porque as pessoas trabalham muito. E esse é um setor de gente apaixonada. As pessoas entendem os problemas, as dores e como podemos melhorar. Queremos ser grandes facilitadores. A maioria das startups com quem a gente conversa está atrás de sócios estratégicos que possam aportar valor mais do que capital.
Qual é o maior desafio do mercado pet hoje?
É um mercado ainda pequeno. A competição são as empresas de medicina veterinária, que hoje vendem [suplementos] atrás do balcão das farmácias veterinárias. Temos algumas marcas emergentes digitais que estão começando. A gente acredita que ter mais marcas vai ajudar a criar e crescer essa categoria de produtos.
É um setor com oportunidades e um mercado endereçável gigante, mas que ainda carece de pesquisa e desenvolvimento. Toda essa área de ingredientes é muito mais desenvolvida lá fora do que aqui, com exceção dos animais com maior valor agregado, como criações de cavalo e gado. Temos pouca disponibilidade de tecnologias dentro do Brasil. Essa é uma barreira importante.
Do ponto de vista do capital humano, é muito rico. O Brasil é o primeiro país em formação de veterinários e zootecnistas no mundo. Então você tem capital humano. É um país muito desenvolvido em marketplace, em mídia digital, então você não tem essa restrição. Acho que temos poucas opções para produção local. Então você passa a depender da importação, que é uma restrição.
Queria que você falasse um pouquinho sobre o primeiro projeto de vocês. Vi que a projeção de faturamento é ambiciosa — R$ 2 bilhões. Como vocês pretendem chegar a esse número?
Esse primeiro investimento é da magnitude de R$ 8 milhões. É um investimento direto, mas a gente estruturou um modelo de negócio muito leve em termos de capital. Temos um parceiro estratégico que vai produzir, e trabalhamos com parcerias em várias áreas dentro de todos os serviços que entregamos.
Portanto, esse investimento está muito correlacionado ao capital de giro, ao investimento em marketing, pessoal e estrutura, o que nos permite alavancar. E esse é o tipo de negócio em que construímos um grande aprendizado sobre como fazer. Modelamos o mercado brasileiro com base no americano. O Brasil é um mercado onde só 45% da população tem pets. E, desses, a gente estima que apenas 5% dão vitaminas e suplementos. Se projetarmos para chegar ao tamanho do mercado dos Estados Unidos, que hoje é de R$ 9 bilhões, vemos que o nosso mercado aqui ainda está abaixo de R$ 1 bilhão. É um mercado que pode chegar a R$ 9 bilhões…
Imaginando que, como marca, poderíamos ter uma participação de mercado de 15%, existe o potencial de criar uma marca com valor acima de R$ 1 bilhão. Foi assim que dimensionamos esse potencial que pretendemos alcançar ao longo do tempo. Temos um posicionamento de marca diferenciado. É uma marca em que o cuidado e o afeto são o principal diferencial. Trazemos toda uma linguagem e engajamento em que é o pet quem fala com o tutor. Tudo o que fazemos é muito educativo, engajador e leve, dentro dessa linguagem do afeto. Nossa linha inicial conta com cinco produtos para cachorros, mas a marca americana que nos inspirou tem mais de 100.
É assim que enxergamos o futuro: começando com cinco SKUs, com potencial de chegar a 100, e hoje apenas para cães — amanhã, também para gatos. Desenvolvemos nossa fórmula proprietária, com ingredientes diferenciados dentro do mercado brasileiro. Mapeamos ingredientes com potencial real de benefício. Por trás dessas formulações, tivemos o trabalho de duas veterinárias e uma zootecnista, com testes desenvolvidos junto a profissionais.
Hoje, os suplementos e vitaminas estão “atrás”, na farmácia da pet shop. A nossa ideia é trazê-los para a frente [como foi feito nas farmácias humanas com os medicamentos sem necessidade de prescrição médica].
Vocês irão começar a distribuição pelo e-commerce e na varejista Petz. Qual o plano de vocês para expandir, levando em conta que o mercado pet ainda é muito fragmentado e em consolidação?
Vamos seguir o modelo que utilizei a vida toda e que funciona. Primeiro, validamos com um grande cliente e também por meio do nosso site direto. Com isso, conseguimos aprender, entender as rotações, a velocidade de venda dos produtos, a aceitação do consumidor… E então fazemos os ajustes necessários para, em um segundo momento — que, nos nossos planos, é em 2026 — ampliar essa distribuição de forma massiva.
Acreditamos que, se olharmos apenas para o canal pet shop, já estaremos com presença nacional desde o início. A partir do segundo ano, nossa expectativa é começar a expandir a distribuição e, com isso, ter uma capacidade muito grande de atuação nesse mercado fragmentado. Imagino que, no curto prazo — em 2026, início de 2027 — possamos alcançar uma escala ainda mais significativa.
A oportunidade de ampliar a distribuição é enorme, mas precisa ser feita de forma gradual, à medida que vamos construindo awareness de marca, educando o público e consolidando o produto. Por isso, estamos organizando toda a estratégia de distribuição em fases.
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